14. O Portão Selado

Em um mundo diferente do nosso...

Um vento forte soprava, como aquele que sopra antes de uma tempestade.

O céu escurecia e as nuvens passavam rapidamente.

Tomou seu caminho em direção ao portão que protegia seu mundo.

Seu parceiro, responsável pelo turno da noite, se preparava para deixar o posto.

- Uma tempestade vem aí. - comentou com Maduin - Bom dia!

Aquele portão estava fechado a mil anos, desde a guerra dos magi. A mais que o trancava já não era a mesma, perfis estar se dissipando com o passar dos anos.

Como fazia a cada manhã, caninana túnel adentro, até o portão, mas quando entrou na caverna, percebeu algo estranho.

Espantei, Maduin correu em direção ao portão. 

Uma moça jazia inconsciente com seu rosto prostrado no chão.

Com certo receio, se abaixou e virou a moça. "Uma humana?"

Seu receio se transformou em paz. Um semblante leve tomava conta da face da jovem.

Maduin a carregou no colo, com gentileza e levou-a para casa do Ancião da vila.


*****


- Ela está muito fraca - disse Starlight??? Seraph?? - Deixe-a descansar um pouco mais.

- Maduin? Como uma humana veio parar aqui? - Perguntou o Ancião.

- Não sei. Devia estar perdida. Quando a encontrei, estava desmaiada. - respondeu o guardião.

- Eu acho ela não pode permanecer aqui! - disse um outro que estava na casa do Ancião - Nunca haverá um convívio pacífico entre nós e os humanos!

Um sinal de raiva passou pelo semblante de Maduin, mas, ao refletir um pouco, uma grande tristeza tomou conta de seu coração

Maduin deixou o salão e partiu para o lado do leito da moça a tempo de vê-la despertar.

- Como você está?

- O que é você? Onde estou? E, levantando-se, de onde veio este fio?

- É um presente meu para você. Pertence ao guardião do portal do mundo Esper.

- Mundo Esper? Oh meu Deus, como vim parar aqui?

- Estão todos com medo de você... por ser uma humana. Eles temem o que lhes é desconhecido.

- Foi você... que me salvou?

- Sim. O meu nome é Maduin. Sou responsável por vigiar e proteger o portal que divide nossos mundos.

A moça olhou e sorriu com gratidão.

- Os Espers abandonaram o mundo humano por causa da maldade que lá habitava. A grande maioria de nós teme os humanos, sua ganancia e maldade.

Uma expressão de tristeza e vergonha ganhou o rosto da moça.

- E você? - prosseguiu o esper com gentileza - Como se chama?

- Me chamo Madonna e sou um símbolo de maldade neste mundo... 

- Desculpe...

- Amanhã voltarei para meu mundo. Não quero te causar problemas...


***


- Maduin?

A guardião levantou de sua cama, enquanto o Ancião esperava à sua porta. O sol não tinha surgido ainda.

- Bom dia. Vim aqui lhe avisar que a humana decidiu partir.

Maduin assentiu.

- Vou me despedir dela.

Em direção ao portão, seu irmão de arma, assentiu e deixou-o passar.

Adentrando ao túnel, como no dia anterior, Madonna estava a alguns passos do portão, no mesmo local onde fora encontrada perto guardião, como que se não quisesse partir.

- Caso não queira voltar ao mundo humano, pode permanecer aqui, conosco.

- Mas você mesmo me disse que os humanos não podem conviver com os Espers...

- Como saberemos se não tentarmos? - Esticou sua mão oferecendo-a para a moça - precisamos descobrir por nós mesmos.

Lágrimas escorreram do rosto da moça ao ver um sorriso naquele rosto sério.


*****

Meses depois....


- Já escolhi um nome para ela!

- Qual?

- Tina!


*****

2 anos depois...

Uma tempestade caía...

- O portal está se abrindo!

- Eles vieram nos matar! Humanos!

- Depressa! Avisem o ancião!

Gesthal entrava triunfante.

- Finalmente! Afinal as lendas desses monstros eram verdadeiras.

- Apanhem-nos! Aquele que me trouxer um esper vivo ficará rico!



- Temos que selar o portão!

- Selar o portão?

- Vamos conjurar uma magia para afastar todos os seres humanos daqui! - Prosseguiu o ancião - depois selaremos o portão. Eu sou o último de nossa espécie que é capaz de selá-lo.

- Mas como você vai...

- Sim.... isso me custará a vida, mas finalmente teremos paz.

Maduin olhou para o lado, sua esposa estava com o rosto todo molhado.

- Madonna...

- Não se preocupem comigo, eu sou feliz aqui. Não tenho intenção de voltar para lá.

O ancião assentiu.

- Então está decidido. Esse é o único jeito.


- Isso é tudo culpa da Madonna. Eu sabia que não daria certo.

- O que disse? - Perguntou Maduin.

- Tenho certeza de que ela ajudou os outros a virem aqui!

- Basta! - Maduin partiu para cima do lobo.

- Eles são da mesma raça! Como espera que confiemos nela?

Madonna sai correndo, com Tina em seus braços.

- Madonna!!


- Madonna acabou de passar correndo! Não posso cancelar o conjuramento agora!

- Eu vou buscá-las!










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